Novo Retalho Pós-Covid
Proximidade
Esta vida em proximidade nas cidades faz repensar a circulação das pessoas, como exploram o espaço à sua volta, a pé ou de bicicleta, usufruindo de um estilo de vida mais sustentável. Está em curso a definição de um novo estilo de vida urbano (e de um novo retalho), assente na maneira como utilizamos o nosso tempo de vida face ao que consideramos essencial.
Queremos cidades e bairros mais felizes, com melhor qualidade de vida, mais sustentáveis, acessíveis a todos e que promovam o progresso.
Consumo
O consumidor está diferente, a forma de consumir também e os próprios espaços comerciais evoluíram em simultâneo. É o caso dos centros comerciais e do novo retalho que se adaptaram à nova realidade e inovaram para responder aos novos estilos de vida dos consumidores. A forma como as pessoas interagem hoje, fruto também da transformação das cidades, dita a evolução de um espaço comercial que nasce com e para as pessoas.
Um centro comercial é um ecossistema de vida, onde as pessoas se relacionam, compram, se divertem, aprendem, acedem a serviços essenciais e por isso é um local onde também se redefinem os estilos de vida. Daí que os espaços comerciais, como os próprios lojistas, tenham evoluído: cada vez mais apostam na criação de serviços facilitadores da experiência do consumidor, como por exemplo através da disponibilização de uma app que nos ajuda a escolher o almoço no food court sem ter de estar nas filas, ou ter um ponto de recolha no parque de estacionamento para as compras que fizemos online… É a chamada adoção da omnicanalidade.
Usos mistos
Com esta nova visão urbana, em que a proximidade é determinante e o alcance dos eixos essenciais da nossa vida se quer num raio de distância de 15 minutos, os espaços comerciais e o novo retalho estão a evoluir para usos mistos. A ideia é que tenham outras finalidades para além do retalho comercial. Estão a tornar-se mais sustentáveis e com maior flexibilização e adaptação para absorver outros usos, sejam eles co-living, co-working, saúde ou até mesmo hotelaria. Mas atenção, quando falamos em evolução dos espaços comerciais não significa futurismo, pois esta é uma realidade que já está em curso.
Vejamos o exemplo de um projeto da Nhood em Itália, o Merlata Bloom Milano – o primeiro distrito urbano inteligente de Milão, em que um centro comercial veio criar um verdadeiro sentido de comunidade e a essência de um novo retalho:
✔ Espaço aberto ao exterior que fortalece laços de um bairro único;
✔ Conta com toda a componente comercial, lojas e serviços, mas também com um hospital, um centro de pesquisa e inovação sustentável, um campus universitário e um bairro residencial;
✔ Tem mais de 300.000 m2 espaços verdes;
✔ Tem uma quinta urbana com cerca de 20.000 m2;
✔ A principal fonte de luz é natural;
✔ Instalações culturais acessíveis a todos: 10.000 m²
E algo muito importante: é um projeto participativo, em que a comunidade local, moradores incluídos, ajudaram a escolher as comodidades comerciais e culturais mediante as necessidades que identificaram para si e para o coletivo.
É por isto que o Merlata Bloom Milano é um lugar onde todos – famílias, residentes, alunos e trabalhadores – se podem divertir sem sentir que estão num espaço comercial.
Digitalização
Atualmente a customer journey num espaço comercial é bastante diferente devido às mudanças que a pandemia teve nos estilos de vida, considerando um novo retalho e novos hábitos de consumo. Por exemplo, a preparação da visita ao espaço e a decisão de compra é muitas vezes feita online e fora do espaço físico, sem desvalorizar os próprios serviços digitais no local que trazem conveniência, rapidez e segurança no momento de compra e de lazer. A digitalização foi claramente acelerada pela pandemia e o novo retalho está a inovar e a evoluir para tornar a experiência de compra adequada ao novo consumidor.
Geo-localização, 5G, QR Code e análise dados são o novo combustível para a inovação no retalho comercial.